Em 2016, a Europa foi a região onde a CMS registou mais operações de fusões e aquisições (M&A), apesar da queda no valor dos negócios.
O estudo anual da CMS sobre fusões e aquisições revela que “em geral, o clima de negócios em 2016 foi semelhante ao que se verificou em 2014, um bom ano, mas não tão positivo como 2015”. O melhor trimestre de 2016 foi o último, com as operações de compra por parte de empresas não europeias a crescerem 36% face ao ano anterior termos de valor. De acordo com este levantamento da CMS, os investidores asiáticos mantiveram-se muito interessados em empresas europeias, e foi a Europa que “assistiu a muito mais negócios que qualquer outra região do mundo, incluindo a América do Norte”.
No que diz respeito à alocação de riscos, o documento mostra mudanças em 2016 face ao ano anterior. “Os compradores estão a ficar mais cautelosos. Os resultados de 2016 mostram todos os sinais de que os compradores estão a assumir menos riscos e a passarem-nos para os vendedores, revertendo a tendência favorável aos vendedores observada desde 2010”, afirma Stefan Brunnschweiler, responsável do Grupo de Corporate e Fusões & Aquisições da CMS.
O estudo da CMS concluiu também que a alocação de risco varia em função do tamanho do negócio, bem como as regras que se aplicam. Por exemplo: para operações superiores a 100 milhões de euros, pagamentos adicionais em função de resultados obtidos são mais raros e o tipo de limites às responsabilidades muito mais baixos.
No ano de 2016 registou-se um recorde em termos de pagamentos adicionais em quase todo o território, com a maioria dos compradores a não estarem disponíveis para fazer o pagamento todo no mesmo momento. Das operações analisadas, 22% tinham esta componente de pagamentos dilatados no tempo. A maioria verificou-se em setores “ditos inovadores com empresas ligadas a I&D, Tecnologia & Media, Retalho e Indústria em negócios de valor inferior a 100 milhões de euros”.
Ainda segundo o estudo, os compradores norte-americanos vão estar cada vez mais motivados para fazerem negócios “em casa” com oportunidades crescentes no novo ambiente protecionista e de impostos baixos que se vive nos Estados Unidos.
“Desde 2010, analisámos milhares de operações europeias num conjunto de sectores. As conclusões permitiram-nos beneficiar um conjunto de clientes nas suas negociações de operações”, explica Stefan Brunnschweiler, “as empresas terão de continuar a lidar com desafios importantes como a digitalização e a mudança dos modelos de negócio mas terão um desafio acrescido: lidar com uma dose considerável de incerteza política provocada pelas eleições francesas, holandesas e alemãs, para além do óbvio efeito Brexit”.
“No entanto, acreditamos que as Fusões & Aquisições Europeias continuarão a oferecer oportunidades em 2017“, concluiu o responsável do Grupo de Corporate e Fusões & Aquisições da CMS.
A CMS, neste estudo, analisou mais de 3200 operações, com um foco em 443 negócios em 2016 e 2045 operações realizadas no período entre 2010 e 2015. Para efeitos de comparação, a informação foi dividida por regiões europeias: Benelux, Europa Central e de Leste, países de língua alemã e Europa do Sul. França e Reino Unido são categorias individuais.
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